Dois anos de pandemia depois...

by - segunda-feira, abril 11, 2022

Quando a pandemia completou 5 meses planejei fazer um post para registrar os acontecimentos aqui no blog mas, infelizmente, não cheguei a concluí-lo. 

Vejam bem, muitos momentos importantes da minha vida estão guardados aqui. Minha aprovação para o vestibular, meu processo de intercâmbio e viagem para o Japão, meu primeiro pedido de demissão (o segundo eu vou contar agora hehe). Enfim, quase tudo que foi importante está aqui. Achei que seria bacana retomar o assunto pandemia, mesmo depois de 2 anos que ela começou. Este texto vai sair bastante diferente do rascunho que eu guardei em julho de 2020...

Saí de um 2019 muito turbulento e difícil, então 2020 começou pra mim com muitas promessas. Minha saúde mental e física não estavam nada boas e eu vinha de um ano de muita insegurança e ansiedade, dietas malucas e infecções oportunistas. 2020 foi o momento em que tive que tomar a decisão de iniciar, definitivamente, um tratamento psicológico e também cuidar melhor da minha alimentação. Estava pronta para iniciar uma fase mais equilibrada da minha vida, mas em Março...

Bem, em Março, tudo mudou. Do dia pra noite eu já não trabalhava mais em um escritório, mas sim, no meu quarto. Não podíamos sair de casa sem máscara e só saíamos para ir ao mercado e à farmácia. Alguns produtos se esgotavam nas prateleiras e ninguém sabia exatamente como se contraía o vírus. Todas as peças de roupas tinham que ser lavadas logo quando chegávamos em casa, assim como as compras e embalagens. Por alguns dias, a cidade inteira fechou em lockdown. Lojas não essenciais não podiam funcionar. Ver as notícias na tv era enlouquecedor, um caos mesmo. Chegamos a ver 1000 óbitos em um único dia por aqui...

Logo no primeiro mês de isolamento, decidi "me mudar" para o apartamento do meu namorado. O plano era ficar no máximo uns 3 meses, já que ele não tem família por aqui e ficaria sozinho neste período. O spoiler: Nunca mais voltei pra casa dos meus pais hehe. 1 semana virou 1 mês, que virou 3, que virou 6, que virou 1 ano e até 2 (de pandemia). Acabei saindo de casa sem planejamento nenhum, me mudando para um apartamento minúsculo, sem espaço para trabalhar direito, sem minhas coisas e sem meu coelho tambor... Aos poucos as coisas foram se ajeitando e fui me sentindo mais em casa, e fico feliz em dizer que nosso namoro sobreviveu à pandemia!!

Pela falta de lazer, já que não podíamos sair de casa (festas, bares, restaurantes estavam fechados), acabei aprendendo a fazer algumas coisinhas na cozinha, alguns bolos, pizza... A medida que as restrições se afrouxavam (e apertavam novamente) comecei a sair para correr e aos sábados sempre encontrava minha mãe para caminhar (sem nunca nos abraçar). Parei de assistir aos noticiários, chorei bastante, achei que estava com covid em vários momentos, mas era só rinite mesmo... No final de fevereiro de 2021, prestes a ter um burnout, pedi demissão. E em março, um ano depois do início da pandemia, as primeiras doses de vacina começaram a chegar no país (em julho, consegui tomar minha primeira dose). 

Infelizmente, em 2021, fui diagnosticada com depressão e iniciei tratamento farmacológico. Demorei muito para aceitar que precisava de remédios (e isso seria um ótimo papo para um próximo post), mas quando comecei, me senti tão bem e viva novamente, que fiquei puta comigo mesma por ter procrastinado tanto a tomar essa decisão. Me tornei uma boa mãe de planta e no finalzinho do ano, comecei a procurar um novo apartamento para morar. Eu e Thiago estávamos bem e morar junto "pra sempre" acabou sendo algo natural pra nós... Precisávamos, então, de mais espaço para que eu pudesse trabalhar (agora como freelancer, ganhando mais que o dobro do que ganhava antes, diga-se de passagem).

Foram 2 anos muito difíceis mesmo. Mas ao mesmo tempo em que tantas coisas ruins aconteciam, algumas coisas boas também surgiram por aqui, afinal. A vida não para né, parece que o mundo está acabando mas a gente continua tendo boletos para pagar, jobs pra entregar... Se conseguimos encontrar algum motivo para sorrir no final do dia, não foi de tudo em vão.

 

  

  

   



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