Meu bebê virou uma estrelinha

by - terça-feira, agosto 30, 2022

 


Demorou pouco mais de 2 meses para eu criar coragem e vir aqui escrever um pouquinho da morte do Tambor, meu coelhinho. Falei em terapia, conversei com as pessoas, conversei comigo mesma. Achei que tinha processado tudo e dias depois percebi que não... Foi um processo totalmente não linear, como deve ser com o luto em geral né? Tambor esteve presente na minha vida por nove anos. Nove aninhos de muito carinho, brincadeira, couve e bananas. Um filhotinho que cabia dentro do nosso sapato fez a família inteira (que nem gostava tanto de bicho) se afeiçoar a ele.

Vinha me preparando para este momento já há algum tempo, afinal o bichinho já estava numa idade avançada e as idas ao veterinário ficavam cada vez mais comuns. Mas nada me preparou pra ver meu bebê perder o equilíbrio e o controle pra fazer xixi, ou ter dificuldade para respirar, parar de comer e beber água... Meu maior medo era que ele partisse sozinho, que eu não estivesse por perto quando ele morresse... Mas eu estava ali. Tive a oportunidade de passar os últimos momentos com ele e, apesar de ter sido muito doloroso e gráfico, a passagem foi breve, como ele merecia.

E depois? O que fazer? Seu corpinho foi doado para necropsia, para depois ser enterrado; então levei até a clínica e o deixei lá. Voltei para a casa com o pensamento "nunca mais vou vê-lo"...  Juntei suas coisinhas, separei o que deveria ser jogado no lixo e o que seria doado, com dor no coração de me desfazer das coisas mais inúteis (como a seringa que eu usava para dar seu remedinho diário). Limpei a gaiolinha e fiquei por um tempo sem entrar no ambiente em que ele costumava dormir. Fui ocupando meu tempo com atividades extras até me dar conta de que eram atividades demais pra mim. Também senti raiva por ouvir comentários como "mas coelho nem é bichinho de estimação é?"... Era como se o mundo precisasse saber o quão maravilhoso aquele serzinho era, o quanto o Tambor significava pra mim. Demorou um tempo para entender que, no final das contas, ninguém nunca iria saber o quanto eu amava o Tambor, e o quanto a perda dele mexeu comigo. E não importa! O meu luto é meu. E tudo bem chorar por causa de "um coelho". Era o meu coelho. O meu Tambor.

Agora, com o coração mais tranquilo, posso vir aqui e prestar uma pequena homenagem a ele. O blog tem sido um diário dos momentos mais marcantes da minha vida, inclusive a chegada do Tambor, então nada mais justo do que um post de despedida, não é mesmo?

Hoje sinto falta de conversar com ele, de cuidar dele, dos pelinhos e da personalidade ranzinza, porém carinhosa dele. Me pego chorando um pouquinho ainda, ao pensar nele. A dor vai dando lugar pra saudade e praquele sentimento nostálgico também, mas o meu amor vai continuar o mesmo.

Você estará pra sempre comigo. Meu melhor amigo. Meu neném. Meu Tambor.







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