Estava, hora ocupada, hora desanimada demais pra postar (continuo, inclusive). Vários probleminhas surgiram esse mês, estou tentando solucioná-los aos poucos. Um deles era a minha situação com a Justiça Eleitoral, precisava dos comprovantes de votação da última eleição, e bem, é claro que eu já perdi isso há milênios atrás; Também tinha que cadastrar meu título de eleitor e regularizar meu cpf (graças ao maldito que roubou minha carteira ano passado) e por fim agendar um horário na policia militar e finalmente renovar meu passaporte =D Mas burocracias a parte e já que fiquei um bom tempo sem postar aí vai mais uma das coisas que eu queria fazer quando chegar ao Japão: Uma viagem à Aokigahara!
Bem, vamos nos situar. O Japão possui uma história um tanto sangrenta, desde guerras civis, por posse de terra, entre clãs, invasão do ocidente até a Segunda Guerra Mundial. É da cultura japonesa também "tirar vidas", especialmente a própria, por conta da honra e até hoje o Japão é um dos primeiros em taxa de suicídios no mundo. Além disso, as religiões budismo e shintoísmo procuram sempre manter uma ligação entre os vivos e os mortos. Essas características criam uma atmosfera propícia para se ter experiências, eu diria, paranormais. A naturalidade com que a morte está presente no cotidiano e na história desse país explica o porque desse povo acreditar e temer várias histórias que aqui não passam de lendas urbanas.
E se tem um lugar que realmente inspira medo no Japão, esse deve ser Aokigahara, a floresta do suicídio. A população evita o lugar quando possível e tem medo de prosseguir nas trilhas que não são normalmente utilizadas. Isso acontece porque Aokigahara é o lugar onde acontecem mais suicídios no Japão, e o segundo lugar do mundo. "O Manual Completo do Suicídio" de Wataru Shigeru continha centenas de jeitos de tirar a própria vida e indicava que a morte por enforcamento deveria ocorrer em Aokigahara. A pressão imposta pela sociedade, sobre os jovens estudantes, sobre os adultos empregados e desempregados, leva aquele que "fracassa" ou não atende às expectativas à depressão, se sentem um fardo não apenas para a família, mas para o país inteiro. Aokigahara é portanto um lugar procurado por pessoas assim.
Um documentário de poucos minutos mostra um pouco da floresta e das trilhas. O "guia" é o geólogo Azusa Hayano, um senhor um tanto simpático que se mostra muito preocupado com a floresta, com as pessoas que vão parar lá e com o futuro do seu país.